Tuesday, February 26, 2008

Semicolectivos de passageiros: Ilegais paralisam actividade





UMA paralisação inesperada da circulação de um certo sector dos transportes semi-colectivos de passageiros vulgos “chapas”, apontados pela Federação Moçambicana das Associações de Transportadores Rodoviários (FEMATRO) como estando a operar “ilegalmente”, transtornou ontem a vida de milhares de citadinos de Maputo e Matola, que tiveram de palmilhar dezenas de quilómetros para alcançarem os seus postos de actividade. Maputo, Terça-Feira, 26 de Fevereiro de 2008:: Notícias
O grupo, que não está licenciado a exercer a actividade, tinha grande parte dos seus componentes concentrados nas esquinas entre as Avenidas Guerra Popular e 24 de Julho, no centro da cidade, reclamando pela sua inclusão na lista dos que, por direito adquirido com a licença, a partir de 1 de Março próximo passam a usufruir das compensações decorrentes das despesas de combustíveis.

A falta de transporte que começou a se fazer sentir nas primeiras horas da manhã viria a tomar contornos insustentáveis quando os “Chapas” os ilegais decidiram não só parquear as suas viaturas, mas também bloquear e obstruir algumas artérias que ligam as cidade de Maputo e Matola os grandes bairros habitacionais. Era a atitude deliberada para criar um ambiente de crise generalizada, levando ao mesmo tempo, por arrastamento aqueles que manifestamente permaneceram com os seus “chapas” nos passeios com vontade de trabalhar, uma vez licenciados.

Em conferência de Imprensa, Rogério Manuel, presidente da Federação Moçambicana das Associações dos Transportes Rodoviários (FEMATRO), disse que nenhum transportador filiado às diversas associações aderiu às manifestações, das quais se estimativa que 20 por cento de pouco mais de 5 400 “chapas” em circulação e que ontem paralisaram as actividades são ilegais.

Rogério Manuel clarificou que nada impede que os ilegais se licenciem. Pelo contrário, alguns preferem ficar nesta condição com o intuito de fugir ao fisco e minar a actividade dos que operam legalmente.

Por seu turno, Mussagy Gopal e Simião Sabino, presidentes das associações dos Transportadores de Maputo e Matola, respectivamente, asseguraram que os “chapas” que aderiram à greve não são reconhecidos, cabendo à Polícia tomar medidas sobre eles. Conforme explicaram, os licenciados, apercebendo-se da questão, parquearam os seus carros, pois nada justificava tal medida, uma vez existir um pacto com o Governo para a compensação dos gastos de combustível.

Entretanto, em entrevista ao Notícias, António Munguambe, Ministro dos Transportes e Comunicações, lamentou a atitude, explicando em seguida que o Governo apenas irá compensar, a partir de 1 de Março, os “chapas” licenciados e com comprovativos de pagamento de impostos. Segundo ele, para beneficiar da referida compensação, é preciso que se abram contas no tesouro, na FEMATRO e nas associações provinciais, locais onde os transportadores irão buscar o valor.

Com a compensação para a compra de combustíveis, o litro de gasóleo, apenas para os transportadores urbanos, passa a custar 31 meticais, independentemente dos agravamentos que eventualmente possam vir a ocorrer e do local onde o agente económico estiver a operar.

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